Relatório da Administração – 2012


Mensagem da Administração

Diante de um cenário macroeconômico global menos favorável, o ano de 2012 abriu um novo ciclo de revisões estratégicas e foi de fundamental importância para implementarmos na Klabin processos de gestão mais maduros e aprimorados. Como recompensa a esse esforço, alcançamos o melhor resultado na história da empresa, com excelente desempenho em todos os segmentos de negócios em que atuamos.

A consolidação de um estruturado programa de redução de custos em todas as áreas, somada aos investimentos de alto retorno e a uma postura comercial alinhada aos segmentos de mercado em que atuamos, permitiu um novo recorde em geração de caixa, com EBITDA de R$ 1,4 bilhão.

Desenvolvemos ao longo do ano processos de melhoria industrial, com o objetivo de elevar nossa eficiência e produtividade. Destinamos R$ 76 milhões para o desgargalamento da Unidade Monte Alegre (PR), que garantirá uma capacidade adicional de branqueamento de 30 mil toneladas ao ano de celulose, eliminando a necessidade de compra do insumo no mercado. Em outra frente, demos sequência a investimentos para a entrada em operação de duas novas onduladeiras nas Unidades Jundiaí (SP) e Goiana (PE), sendo que a de Jundiaí, com 400 metros, é a maior máquina dessa natureza instalada no Brasil, em largura e velocidade.

Por meio de estratégias comerciais bem-definidas, avançamos em novos segmentos no negócio de sacos industriais, que nos permitiram aumentar o volume vendido. Em 2012, aprovamos o investimento de uma nova máquina de papel sack kraft, com capacidade de 80 mil toneladas, com a partida prevista para 2013, ampliando ainda mais a competitividade do nosso produto, além de gerar novos empregos.

Na área florestal, entraram em operação novas máquinas de colheita e equipamentos de preparo de solo, com avanços significativos na primarização de mão de obra. O programa de redução de custos florestais, que envolveu o gerenciamento matricial de despesas, apresentou resultados no segundo semestre do ano e foi importante para a manutenção do custo caixa nominal em 2012. Em logística, introduzimos procedimentos-chave e um sistema de rastreamento de caminhões mais eficaz, o que otimizou as rotas e permitiu reduzirmos custos de frete.

O ano de 2012 foi também marcado pelo início de uma nova visão em relação à área de Recursos Humanos, que passou a ser denominada Gente & Gestão. Além de permitir maior dinamismo e eficiência na construção de uma cultura de engajamento, desenvolvimento e resultados entre todos os colaboradores, a nova nomenclatura ressalta o respeito e a importância que dedicamos ao capital humano, peça fundamental que move o nosso negócio.

Com base em nossa gestão de aprimoramento dos processos, avançamos no desenvolvimento de projetos para racionalizar a utilização de recursos naturais, mitigar impactos ambientais e estabelecer uma matriz energética cada vez mais limpa e sustentável. Entre as várias ações de melhorias adotadas no ano está a nova caldeira de biomassa em Correia Pinto (SC) que reduziu a queima de óleo combustível na unidade.

Continuamos investindo em pesquisa, desenvolvimento e inovação de nossos produtos e tecnologias. Em 2012, realizamos estudos nas áreas de melhoramento genético, nanotecnologia, biorrefinaria, entre outros. Executados em parceria com importantes institutos de pesquisas no Brasil e no exterior, esses trabalhos tiveram foco na produtividade e na geração de produtos mais resistentes, duráveis e energeticamente eficientes, buscando continuamente maior valor agregado.

Assim como nossos processos de gestão, o compromisso e as práticas de sustentabilidade também amadureceram. Agora, além do Comitê de Sustentabilidade, formado pela direção da empresa e com a participação de um membro externo, passamos a contar com a área específica de Gestão de Sustentabilidade, que faz parte da Diretoria de Planejamento Estratégico, com o objetivo de garantir a compreensão e o alinhamento das questões de sustentabilidade para toda a empresa, com uma visão estratégica de longo prazo.

Como reconhecimento a esse empenho, recebemos importantes premiações no ano. A Klabin foi eleita pelo guia Melhores e Maiores, da revista Exame, a Melhor Companhia do Segmento de Papel e Celulose em 2012. Na 15ª edição do anuário As empresas mais admiradas do Brasil, da revista Carta Capital, foi escolhida como a Empresa mais admirada do setor de Papel e Celulose. E no ranking Melhores da Dinheiro, da revista IstoÉ Dinheiro, ficou em primeiro lugar na categoria Papel e Celulose, entre outros prêmios de destaque que conquistamos em 2012.

A reunião desses esforços representa uma nova dimensão de criação de valor em toda a nossa cadeia de produção. Isso nos torna ainda mais competitivos e flexíveis para diversificar produtos e alternativas logísticas, contando com recursos humanos e tecnológicos orientados para a inovação. Esses aspectos, aliados a um excepcional trabalho em equipe, demonstram estarmos no caminho certo e reforçam a convicção sobre o potencial de nossos diferenciais. Olhando para o futuro, acreditamos que em 2013 consolidaremos as bases para o crescimento sustentado da Klabin.

Agradecemos a todos os clientes, fornecedores, investidores e parceiros de negócios e, em especial, aos nossos colaboradores, que contribuíram para alcançarmos os expressivos resultados de 2012.

A ADMINISTRAÇÃO


SUMÁRIO DE 2012

Em 2012 a Companhia apresentou seu melhor desempenho em decorrência da combinação de redução de custos, aumento da eficiência de suas fábricas e da melhoria do mix de produtos e mercados.

As expectativas de retomada do crescimento da economia mundial não se confirmaram no ano. Os efeitos decorrentes da crise geraram apatia em diversos segmentos na Europa e o crescimento chinês foi menor que o esperado.

No Brasil, o PIB apresentou desempenho inferior ao de 2011 e a produção industrial teve queda de 2,7% quando comparada ao ano anterior. No entanto, no início do ano a Klabin já havia antecipado que a performance de 2012 seria positiva independentemente da situação econômica, e isso veio a se confirmar.

O mercado brasileiro de papéis para embalagens apresentou desempenho moderado. Afetada favoravelmente pela mudança do patamar da taxa de câmbio em maio, que inibiu a entrada de produtos importados, a demanda de papelão ondulado e papelcartão foi forte no segundo semestre e cresceu cerca de 3% no ano. Medidas governamentais para estimular a economia, como redução de tributos e da taxa de juros, também contribuíram para o consumo mais forte. Já o aquecimento do mercado de construção civil impulsionou o mercado de cimento, que cresceu 7%.

A Companhia, que opera a plena capacidade, manteve os mesmos níveis de volume vendido, porém com melhor mix. Foram vendidas 1.727 mil toneladas em 2012, sendo 69% no mercado interno contra 66% no ano anterior. As vendas no mercado interno de kraftliner apresentaram aumento de 16% e as vendas domésticas de cartões, incluindo cartões para líquidos, subiram 4%.

A receita líquida de vendas superou R$ 4,1 bilhões e aumentou 7% em relação a 2011. Além da maior participação de vendas no mercado interno, a receita foi impactada pela mudança de patamar da taxa de câmbio, que favoreceu as exportações.

Durante 2012 também foi observado o resultado dos esforços para a redução de custos iniciados após a crise de 2008. Com o objetivo de preparar a Klabin para enfrentar um cenário econômico menos favorável, foram realizados investimentos de alto retorno, como por exemplo, uma caldeira de biomassa em Otacílio Costa (SC). A caldeira visava gerar economia no consumo de óleo combustível, por meio da queima de madeira e de resíduos florestais próprios.

Além disso, ocorreu o desgargalamento da planta de evaporação de Otacílio Costa, para aumentar a geração de vapor daquela fábrica e foi concluída a linha de transmissão de alta-tensão em Monte Alegre para proporcionar ganhos no custo de aquisição de energia elétrica. Os investimentos entraram em operação ao longo de 2011 e geraram reduções significativas no custo de 2012.

Ainda em 2011, a Companhia disseminou o modelo de gerenciamento matricial de despesas na Unidade de Monte Alegre (PR). As ações dessa iniciativa começaram a gerar resultados consistentes a partir do mês de setembro de 2011 e impactaram o resultado em 2012 com maior intensidade. E foi também nesse ano, que parte da mão de obra terceirizada passou a se tornar própria, com custos menores e equipamentos mais adequados.

Em 2012 foi dado continuidade ao programa de redução de custos. As ferramentas do gerenciamento matricial de despesas, utilizadas com sucesso em Monte Alegre no ano anterior, foram implementadas na área florestal. Os resultados foram perceptíveis desde o terceiro trimestre e irão impactar os custos de 2013. Em adição, dois importantes projetos entraram em operação: a segunda caldeira de biomassa na unidade de Correia Pinto (SC) no primeiro semestre e o desgargalamento da linha de branqueamento na fábrica de Monte Alegre (PR) em dezembro.

As medidas para reduzir custos aliadas à estabilidade operacional nas fábricas impactaram favoravelmente o custo de produção. O custo caixa nominal unitário permaneceu no mesmo nível do ano passado e, com isso, a geração de caixa operacional (EBITDA) em 2012 foi recorde, atingindo R$ 1.352 milhões, com margem de 32%. O aumento em relação ao EBITDA ajustado de 2011 foi de 31%.

A Companhia anunciou dois investimentos durante o ano. A nova máquina para a fabricação de papel kraft para sacos industriais terá capacidade de 80 mil toneladas/ano e deverá entrar em operação no quarto trimestre de 2013. O equipamento será instalado na unidade de Correia Pinto (SC) e visa suprir o crescimento do mercado de sacos industriais. Já a nova máquina para a fabricação de papéis reciclados para caixas de papelão ondulado entrará em operação em 2014. Com capacidade de 110 mil toneladas por ano, a máquina será instalada na unidade de Goiana (PE) e visa suprir o crescimento do mercado de embalagens na região Nordeste.

A relação dívida líquida/EBITDA caiu de 2,5x para 2,4x apesar da forte valorização cambial que aumentou a dívida em dólar e de parte dos investimentos para a aquisição das novas máquinas. A dívida líquida em 31 de dezembro era de R$ 3,3 bilhões. A Companhia manteve seu perfil de endividamento adequado, com 81% dos financiamentos a vencer no longo prazo.

A Klabin mais uma vez obteve crescimento expressivo em seu resultado e continua firme na busca pela melhoria de sua performance tendo como objetivo preparar a Companhia para um novo ciclo de crescimento.


Desempenho dos negócios

UNIDADE DE NEGÓCIOS FLORESTAL

Em 2012 o mercado brasileiro de madeira permaneceu estável em relação a 2011. A área florestal, por sua vez, esteve focada no programa de redução de custos, na otimização de processos já existentes e na identificação de novas frentes de desenvolvimento para a busca de melhores retornos.

O programa de redução de custos na Unidade Florestal começou a apresentar os primeiros resultados no mês de setembro. As medidas adotadas envolveram benchmarking, implementação do gerenciamento matricial de despesas e primarizações das áreas de plantio, transporte de madeira e colheita.

A primarização da colheita de Santa Catarina foi concluída no quarto trimestre e em Monte Alegre, a primarização da silvicultura será concluída em 2013.

Em 2012 também houve a conclusão do processo do preparo de solo, que desde a entrada em operação de novas máquinas passou a ter maior qualidade, produtividade e custos mais baixos.

A Companhia também continuou investindo em pesquisa e desenvolvimento para criar e aperfeiçoar espécies e aumentar o rendimento de suas florestas e, dessa forma, a produtividade florestal, medida em toneladas de celulose produzida por hectare de floresta plantada por ano, apresentou importante crescimento em 2012.

A venda de toras de pinus e eucalipto em 2012 pela Klabin totalizou 2,9 milhões de toneladas, 5% de crescimento em relação a 2011 e a receita líquida se elevou em 11%, atingindo R$ 293 milhões. Esse aumento ocorreu principalmente a partir do segundo semestre, com a depreciação do real frente ao dólar, que tornou a exportação de produtos de madeira mais atrativa aos clientes. A venda de madeira da empresa Florestal Vale do Corisco foi de 1,4 milhão de toneladas, montante do qual a Klabin detém 51% de participação.

Em dezembro de 2012, a Companhia possuía 505 mil hectares de terras, sendo 242 mil hectares de florestas plantadas e 213 mil hectares de florestas nativas preservadas. Em 2012 foram plantados 14 mil hectares, sendo 13 mil hectares em terras próprias e 1 mil hectares em terras de terceiros (programa de fomento).

UNIDADE DE NEGÓCIOS PAPÉIS

Apesar do cenário econômico pouco aquecido, a unidade de papéis da Companhia teve um bom desempenho. Em 2012, o volume total vendido pela unidade, somando kraftliner e cartões revestidos, foi de 1.056 mil toneladas, praticamente estável em relação ao ano passado e, a receita líquida, totalizou R$ 2.027 milhões, 10% acima do montante observado em 2011.

No início do ano, os preços internacionais de kraftliner permaneciam com a mesma tendência de queda observada em 2011, porém, este cenário mudou a partir de fevereiro. No segundo semestre de 2012, fechamentos de capacidade na Europa reduziram a oferta e os produtores anunciaram novos aumentos de preço. Desse modo de acordo com a FOEX, ao final de dezembro os preços internacionais apresentavam crescimento de 9% em euros quando comparados ao final de 2011.

O volume de vendas de kraftliner totalizou 387 mil toneladas em 2012, 8% abaixo do ano anterior, mas com notável ganho de mix. As vendas de kraftliner no mercado interno representaram 45% do total, ante 36% em 2011. Com a queda observada no volume vendido, a receita líquida de vendas de kraftliner caiu 2%.

A partir do segundo semestre do ano, o mercado brasileiro de embalagens cartonadas teve grande recuperação impactado por medidas governamentais de incentivo ao consumo, como a redução da taxa de juros e tributos, e menor importação de produtos embalados, decorrente da depreciação do real frente ao dólar. A expedição brasileira de papelcartão em 2012, excluindo cartões para líquidos, atingiu 531 mil toneladas segundo informações divulgadas pela Bracelpa, 2,6% acima de 2011.

A Companhia acompanhou o crescimento da demanda e o volume de vendas de cartões revestidos em 2012 totalizou 670 mil toneladas. Em relação a 2011, o volume teve crescimento de 3%, sendo que o aumento no mercado interno foi de 4%. Com a versatilidade na linha de cartões, que favorece a estratégia comercial da Companhia na busca por melhores margens, a receita líquida totalizou R$ 1.499 milhões, 14% acima de 2011.

O market share de cartões da Klabin no mercado interno, incluindo cartões para líquidos, atingiu 50%.

Unidade de negócios Conversão

O volume total de vendas na unidade de conversão da Klabin em 2012 foi de 638 mil toneladas, estável em relação a 2011, apesar de um cenário econômico difícil. A receita líquida, comparada ao mesmo período, totalizou R$ 1.782 milhões, 4% superior.

Segundo dados da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), o mercado de papelão ondulado cresceu 2,8% em comparação ao resultado do ano de 2011. Esse crescimento foi concentrado no segundo semestre do ano, influenciado pela menor entrada de produtos importados. O processo de implementação da nova onduladeira em Jundiaí (SP), restringiu a produção de papelão ondulado daquela unidade e as vendas da Klabin apresentaram estabilidade em relação ao ano passado.

Ao longo do ano foram adquiridos novos equipamentos de tecnologia avançada, tais como a onduladeira na unidade de Jundiaí-DI, que entrou em operação no dia 10 de julho e está passando pela sua curva de aprendizado, e também duas novas impressoras que entrarão em operação em Jundiaí no primeiro semestre de 2013 e absorverão parte da nova capacidade de ondulação.

A venda de caixas e chapas de papelão ondulado da Klabin atingiu 494 mil toneladas. A receita líquida totalizou R$ 1.217 milhões, estável em relação ao ano passado.

A indústria nacional de cimento, principal consumidora de sacos industriais da Klabin, vem priorizando o atendimento do mercado interno e investindo fortemente na ampliação de sua capacidade produtiva. Dados preliminares do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) e estimativas de mercado indicam que as vendas de cimento no Brasil em 2012 atingiram cerca de 68 milhões de toneladas, nível superior aos 64 milhões de toneladas obtidos em 2011.

No ano de 2012, a área de sacos industriais Klabin apresentou um importante crescimento fruto da mudança das práticas comerciais iniciadas em 2011. O volume de vendas de sacos industriais das unidades Brasil e Argentina em 2012 foi de 144 mil toneladas, com receita líquida de R$ 565 milhões, crescimento de 6% no volume e de 16% na receita quando comparados a 2011.


Desempenho Econômico-financeiro

Notas: Algumas cifras dos quadros apresentados poderão não expressar um resultado preciso em razão de arredondamentos.

A margem EBITDA é calculada sobre a receita líquida pró-forma, que inclui a receita da Vale do Corisco.

Resultado Operacional

Em 2012, o volume de vendas (excluindo madeira) foi de 1.727 mil toneladas, mesmo nível de 2011 uma vez que a Companhia opera a plena capacidade. O aumento do volume de vendas de cartões e sacos industriais foi compensado pela redução de papelão ondulado e kraftliner. O mix de vendas melhorou significativamente e a participação de vendas do mercado interno foi de 69%, comparado aos 66% alcançados em 2011.

A receita líquida (incluindo madeira) totalizou R$ 4.164 milhões, 7% superior a 2011. A receita do mercado interno representou 76% da receita líquida total, pouco abaixo de 2011 quando representou 78%. O aumento da taxa de câmbio favoreceu a receita de exportação em 2012.

No ano, o efeito não caixa da variação do valor justo dos ativos biológicos totalizou R$ 886 milhões, influenciado principalmente pelo impacto da redução do custo médio ponderado de capital da Companhia utilizado no cálculo do valor justo das florestas e pelo aumento do preço da madeira.

O custo dos produtos vendidos em 2012 foi de R$ 2.823 milhões, estável em relação a 2011. O custo unitário dos produtos vendidos foi de R$ 1.635/t, também estável quando comparado ao ano anterior, apesar da inflação de aproximadamente 6% no período segundo o IBGE. A elevação dos gastos com mão de obra e os impactos da inflação sobre os insumos de produção foram parcialmente compensados pelo aprofundamento dos programas de redução de custo em toda a Companhia.

As despesas com vendas em 2012 foram de R$ 345 milhões. Como a maior parte das despesas comerciais é variável, seu aumento em relação a 2011 foi proporcional ao aumento da receita de vendas. Em 2012 as despesas com vendas representaram 8,3% da receita líquida, assim como em 2011.

As despesas gerais e administrativas totalizaram R$ 274 milhões em 2012, aumento de 10% em comparação ao ano anterior, afetadas principalmente por indenizações, pelo aumento do custo de mão de obra e maiores provisões para participação nos resultados em função da melhor performance da Companhia.

A geração operacional de caixa (EBITDA) em 2012 atingiu R$ 1.352 milhões, o melhor resultado histórico da Companhia e 31% superior ao EBITDA ajustado do ano de 2011, com margem EBITDA de 32%. Esse valor inclui o EBITDA referente à venda de madeira da empresa Florestal Vale do Corisco Ltda. de R$ 27 milhões.

Resultado financeiro e endividamento

As despesas financeiras se mantiveram nos mesmos níveis de 2011, enquanto as receitas financeiras caíram 15% impactadas principalmente pela redução da taxa básica de juros.

O resultado financeiro não incluindo as variações cambiais em 2012 foi negativo em R$ 170 milhões. As variações cambiais líquidas resultaram em uma despesa de R$ 378 milhões, devido à depreciação do real.

O endividamento bruto consolidado no final de dezembro de 2012 era de R$ 6.035 milhões, sendo R$ 1.121 milhões (19% da dívida bruta) no curto prazo.

O caixa e as aplicações financeiras em 31 de dezembro somavam R$ 2.757 milhões, 8% maiores do que em 2011 devido às captações ao longo do ano. Esse valor supera as amortizações de financiamentos a vencer nos próximos 33 meses.

O endividamento líquido consolidado totalizou R$ 3.278 milhões e foi influenciado pelo efeito apreciação do câmbio sobre a parcela da dívida em moeda estrangeira. O aumento da geração de resultados da Companhia compensou o impacto da variação cambial sobre a dívida em moeda estrangeira e reduziu a relação dívida líquida/EBITDA para 2,4 vezes ao final de dezembro.

Resultado líquido

Em 2012, o resultado líquido foi positivo em R$ 752 milhões, contra R$ 183 milhões no ano anterior. Além do crescimento da geração operacional de caixa da Companhia, o lucro líquido do ano foi influenciado pela maior variação do valor justo dos ativos biológicos, parcialmente compensada pela depreciação do real.


Investimentos

Com foco na otimização de seus processos, tendo em vista ganhos de eficiência e redução de custos operacionais e de impactos socioambientais, a Klabin investiu R$ 654 milhões em 2012.

Entre os projetos de melhoria industrial investidos no ano, destacam-se:

Nova caldeira de biomassa em Correia Pinto, que entrou em operação em maio de 2012. O equipamento substituiu um antigo, que operava com óleo combustível, permitindo, além de maior eficiência e produtividade, ganhos ambientais como a redução do uso de combustível fóssil (não renovável) e das emissões de gases de efeito estufa (GEE);

Desgargalamento da linha de branqueamento em Monte Alegre, com foco no aumento da capacidade de celulose branqueada. O projeto entrou em operação em dezembro de 2012;

Nova onduladeira na planta de Jundiaí-DI (SP), com capacidade de 100 mil toneladas;

Novos equipamentos de mecanização de colheita em Santa Catarina;

Aquisição de uma máquina de papel sack kraft de 80 mil toneladas para expansão de capacidade em Correia Pinto (SC), prevista para entrar em operação no último trimestre de 2013;

Aquisição de máquina de papéis reciclados de 110 mil toneladas para a planta de Goiana (PE) com entrada em operação prevista para meados de 2014.

Mercado de capitais

Em 2012, as ações preferenciais da Klabin (KLBN4) apresentaram valorização de 60% enquanto o IBOVESPA apresentou valorização de 7%. O volume médio diário negociado atingiu R$ 25 milhões, 61% superior a 2011.

Em 18 de junho de 2012 a Companhia recebeu o rating grau de investimento “BBB-” (Investment Grade) com perspectiva estável pela Fitch Ratings, tendo reconhecido o seu alto nível de liquidez, forte posição de caixa e endividamento adequado em níveis históricos. Adicionalmente, em 2012 a agência Standard & Poors manteve o rating “BB+” para a Klabin elevando a perspectiva para positiva.

Em reunião extraordinária do Conselho de Administração realizada em 11 de outubro de 2012, foi autorizado o Programa de Recompra de Ações Preferenciais de até 44,3 milhões de ações de própria emissão. Esse programa é válido por 365 dias ou até 13 de outubro de 2013. No ano a Companhia comprou 1,4 milhões de ações e encerrou o mês de dezembro com 31 milhões de ações preferenciais em tesouraria, que correspondem a 5% das ações preferenciais.

Em 2012 foram pagos dividendos complementares referentes ao exercício de 2011 no valor de R$ 80 milhões e dividendos intermediários referentes a 2012 no montante de R$ 195 milhões, atingindo R$ 275 milhões.

A Administração está propondo dividendos complementares do exercício de 2012 no valor de R$ 76 milhões a serem aprovados na Assembleia Geral Ordinária de abril de 2013.

O capital social da Klabin é representado por 918 milhões de ações, sem valor nominal, das quais 317 milhões de ações ordinárias e 601 milhões de ações preferenciais.

Governança Corporativa

O modelo de governança corporativa da Klabin segue rigorosos princípios de transparência e equidade. A Companhia é listada, desde 2002, no Nível 1 de Governança Corporativa da BM&FBovespa e, partir de 2011 aderiu ao Código de Autorregulação e Boas Práticas das Companhias Abertas da Associação Brasileira de Companhias Abertas (Abrasca), o órgão estabelece uma série de princípios, regras e recomendações com o objetivo de contribuir para o aprimoramento das práticas de governança corporativa.

As ações da Companhia são negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) por mais de 30 anos. De acordo com o modelo de boas práticas de gestão, assegura tag along de 70% do valor pago aos acionistas controladores por meio de oferta pública. Esse direito não elimina o pagamento de dividendo por ação preferencial 10% superior ao atribuído às ações ordinárias.

Responsabilidade sócio-ambiental

SUSTENTABILIDADE

A Klabin segue rigorosos princípios de sustentabilidade que têm como objetivos garantir sua solidez operacional e financeira, a disciplina no uso do capital e o respeito a critérios éticos, legais e socioambientais, em uma atuação direcionada à criação de valor em longo prazo com seus públicos de relacionamento - acionistas, clientes, colaboradores, fornecedores e comunidades.

Em 2011 foi estruturada a Comissão de Sustentabilidade, formada por colaboradores de diversas áreas da Companhia e que é responsável por assegurar que a estratégia empresarial assim como todos os seus processos gerenciais sejam integrados pela sustentabilidade. Dando continuidade a essa iniciativa, em 2012 houve a criação de uma gerência de gestão em sustentabilidade para permear na organização os processos e iniciativas já existentes nas dimensões econômico-sócio-ambientais da Companhia.

AMBIENTAL

A preservação ambiental é contemplada pela Klabin em várias frentes. Nas unidades, tanto fabris quanto florestais, a Companhia aplica rigorosa política de minimização dos impactos de suas atividades, além de promover a gestão eficiente dos recursos naturais.

A Klabin desenvolve ainda iniciativas de sensibilização da sociedade sobre questões relacionadas ao uso adequado dos recursos naturais, reflorestamento e conservação da biodiversidade, descarte e reciclagem de lixo, entre outras, e participa de discussões sobre aspectos legais com órgãos reguladores.

Como suporte à gestão ambiental para acompanhamento do cumprimento de metas, em 2012 foi desenvolvido um Portal Corporativo de Meio Ambiente. Informações sobre o desempenho de cada unidade em relação a aspectos como consumo de água e combustíveis, qualidade dos efluentes e geração de resíduos são armazenadas em um banco de dados e ficam à disposição dos gestores, servindo também como uma ferramenta eficaz para a troca de experiências entre as unidades.

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

A Klabin investe continuamente em pesquisa e desenvolvimento e na inovação de produtos e tecnologias que tornem mais competitiva sua atuação. Por meio da área de P&D Corporativo realiza um intenso trabalho de pesquisa visando à melhoria contínua e à inovação tecnológica de produção, além da redução dos custos de desenvolvimento de produtos e processos industriais.

Essa estrutura fornece assistência técnica aos clientes diretos e indiretos e atua na solução de problemas comuns às embalagens de papel, no que diz respeito às suas propriedades físicas. A área também contempla aspectos ambientais, de qualidade, produtividade, saúde e segurança na execução dos projetos da empresa.

Em 2012 a área de P&D atuou em conjunto com as áreas de engenharia de processos e de suprimentos para desenvolver produtos e otimizar processos de fornecedores, com o objetivo de melhorar a flexibilidade das unidades quanto às compras de insumos e serviços.

SOCIAL

Para desempenhar seu papel na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a Klabin desenvolve e apoia programas direcionados especialmente à profissionalização de jovens e à educação ambiental, que envolvem as comunidades com as quais se relaciona. O principal deles é o Programa Caiubi, que reúne especialistas com o objetivo de capacitar professores das redes municipal e estadual de ensino do Paraná e Santa Catarina para educar as futuras gerações no que diz respeito à preservação ambiental.

A Klabin também é a maior apoiadora da Campanha do Agasalho e promove ações que contribuem para o desenvolvimento econômico das comunidades no entorno de suas fábricas e para a geração de renda de suas populações. A Companhia realiza ações com objetivo de aproveitar o potencial da rica flora das áreas florestais, preservando a biodiversidade e exercendo a responsabilidade social através da viabilização do apoio à cadeia produtiva, estruturando o uso racional e controlado de suas florestas.

GESTÃO DE PESSOAS

Em 2012, houve um reposicionamento da gestão de recursos humanos para apoiar a direção na materialização de uma Klabin extraordinária. Como Diretoria de Gente & Gestão, o foco tem sido fortalecer a estratégia de desenvolvimento de competências e cultura de resultados, por meio de iniciativas como:

• Avaliação de Desempenho 360º e desenvolvimento de executivos;

• Alinhamento das métricas de Remuneração Variável fazendo com que os interesses da gestão encontre os interesses dos acionistas;

• Programa estruturado de treinamento para consolidar as competências Klabin.

Ao final de 2012 a Companhia possuía 14.604 colaboradores, sendo 9.376 próprios, 4.900 terceiros e 328 temporários.

FORNECEDORES

O relacionamento da Klabin com seus fornecedores é pautado por uma política de respeito, confiança e relacionamento de longo prazo. Para tornar o processo mais transparente, põe a disposição desse público o Código de Conduta, pelo qual estabelece diretrizes para uma atuação ética e princípios reconhecidos socialmente.

A Diretoria de Suprimentos, Logística e Materiais, criada em 2011, é responsável pela negociação, transporte de matérias-primas, aquisição de equipamentos e serviços, gestão de contratos, importação e logística de toda a Companhia. Todos os contratos são firmados por meio de homologação. Além de atenderem às especificações técnicas detalhadas, os fornecedores devem seguir os critérios de qualidade, pontualidade de entrega, condição creditícia, respeito às legislações aplicáveis, conformidade com o fisco e, sobretudo, apresentarem boas práticas de sustentabilidade, por exemplo quanto à proibição de trabalho infantil e forçado e à adoção de medidas de proteção ao meio ambiente.

Durante o ano de 2012, mudanças estruturais também foram adotadas na Diretoria, principalmente na área de logística, com foco em ganho de eficiência e redução de custos dos processos.

Relacionamento com auditores independentes

A política em relação aos auditores independentes, na prestação de serviços não relacionados à Auditoria Externa, substancia-se nos princípios que preservam a independência do auditor.

Durante o exercício de 2012 os auditores externos somente prestaram serviços relacionados à auditoria das demonstrações financeiras.

Menção Honrosa

Em agosto de 2012 a Klabin lamentou o falecimento do profissional exemplar e ser humano admirável Antonio Andrucioli, diretor da Unidade de Sacos Industriais, que representou por 34 anos a Klabin com sua competência, firmeza e honestidade na condução dos negócios.




DIRETORIA PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES NOTAS EXPLICATIVAS DEMONSTRAÇÕES DO VALOR ADICIONADO DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕESDEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS BALANÇOS PATRIMONIAIS RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO